quinta-feira, dezembro 04, 2008

Procura algo específico?

Em várias oportunidades, vendo vitrines e entrando em lojas de vestuário em “shoppings”, me deparei com atendentes perguntando: - Procura algo específico?
Este termo de aproximação para mim é novo, dependendo do tipo de loja.
Num primeiro momento, sinto um riso interno e tenho vontade de externá-lo, gozando o atendente. Contenho-me. Então, imediatamente agradeço e respondo: - Estou olhando, por enquanto!
Esta pergunta me incomoda por duas razões:
Tira minha atenção para o que olho e sinto-me pressionado, tendo vontade de ir embora do local.
Ressalva: se vejo algo que interessa, é óbvio, relaxo dou um tempo, me concentro, e parto para a ação. Do contrário, se não interessa vou embora.
O que não vai embora é a pergunta que fica comigo: - Cabe a pergunta do atendente naquele momento? Há algo mais específico ali, naquela vitrine ou dentro da loja que não seja a mercadoria que já consta. Qual é a necessidade de ser específico naquilo que já está especificado?
Como nasce o específico do especificamente já especificado no mercado do vestuário?
“Procura algo específico”? A pergunta não é nova; a meu ver, o emprego é novo. Carrega uma roupagem linguisticamemte importada e mal traduzida. Serve a propósitos mercadológicos pouco orientados, na maioria das vezes inconveniente e deselegante( em se tratando de moda), para uma sociedade metropolitana fadada a um consumismo desenfreado, desidentificado com seu idioma e seu próprio costume. Portanto, vista aos olhos do mercado como que buscando uma individualidade marcante de apresentação externa sem conteúdo de alma. “O cliente tem suas razões, nós temos a nossa”.
Apelo para um luxo customizado fictício!
Chatices cotidianas de um mundo pós-moderno globalizado.

boris.

Um comentário:

  1. há neste caso três pontos de vista.
    : o do consumidor, o do funcionário da loja, e o do proprietário da loja.
    o consumidor procurando alguma coisa que lhe agrade.
    o funcionário interessado em ganhar maior comissão possível.
    o proprietário querendo maior lucro.
    eu em particular odeio esse tipo de abordagem. Me sinto invadida e não tenho a menor liberdade de escolher alguma coisa. Conforme meu humor , já vou saindo do local.
    Quando estou comprando alguma coisa gosto de ter prazer em fazê-lo, e ter a certeza que eu estou escolhendo por mim e não pelos outros.

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